Não sei porque, mas demorei muito até conseguir começar a ler esse livro. Havia tentado umas três vezes antes, e nunca passava da página 5. Acabava achando o início confuso, estranho, mas hoje percebo que o motivo é que eu não estava prestando a atenção suficiente pra entender quem narrava a história. Até que peguei-o novamente nesse mês de agosto, determinada a ler A menina que roubava livros por inteiro. E, pasmem, a narradora oficial da história é nada menos do que a Morte.
Isso mesmo, ao percorrer as 382 páginas seguintes você irá se comover e admirar com a história de Liesel Meminger, a protagonista, contada sob o prisma da Morte. A menina que roubava livros baseia-se na Alemanha nazista de Hitler durante a II Guerra Mundial (1939-1945) e, apesar de ser uma ficção, é possível imaginar, em detalhes, o horror e desespero enfrentados pelos judeus excluídos por sua própria nação. Porém, a história não se concentra apenas nos fatos ruins. Há muita beleza que pode ser encontrada na vida daquelas pessoas. Personagens peculiares, momentos de sofrimento, tudo com uma pitada de reflexão. É isso o que podemos esperar de A menina que roubava livros.
Ainda é difícil acreditar que esse holocausto foi real, que seres humanos foram capazes de exterminar outros seres humanos de forma tão cruel e fria. Hitler, sem sombra de dúvidas, possuía autoridade (conceito que estou aprendendo com outro livro - O monge e o executivo). Como que uma única pessoa conseguiu persuadir tantas outras com suas ideias doentias e tortas? Será mesmo que a oposição era menor que os nazistas ou eram todos egoístas demais pra lutar a favor dos desfavorecidos, nesse caso, os judeus? Sentir medo é normal, principalmente com uma guerra acontecendo ao seu redor. Porém, devemos pensar: e se fosse eu um judeu?, e se eu precisasse de ajuda? Quando esquecemos de nos fazer essas perguntas, significa que estamos praticando o egoísmo, onde só nos preocupamos com interesses próprios e que se dane os outros. Então é esse o ensinamento de Jesus? De forma alguma... Ele disse: "ame o próximo como se fosse a si mesmo", ou seja, cuide das pessoas ao seu alcance, pois um dia você poderá estar na mesma situação que ela. O mundo dá voltas... nunca sabemos o que nos espera. É impressionante como as pessoas ainda brigam por questões religiosas e afins, sendo que Deus é o mesmo para todos. Ou, pelo menos, deveria ser... Assim, A menina que roubava livros é uma boa oportunidade de saber um pouquinho mais sobre o que aconteceu no passado tão recente. Vigiemos para que outros Hitlers não subam ao poder com tamanha autoridade. Termino o post com a última frase do livro, para refletir: "Os seres humanos me assombram".
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